Desigualdades sociais, mobilidade econômica e suas relações com autolesão e violência criminal

By Tiago Zortea.

Foi publicado no início deste mês (01 de outubro de 2018) um estudo caso-controle de nível populacional importantíssimo no The Lancet Public Health. O estudo traz evidências fortes quanto ao impacto das desigualdades socioeconômicas das famílias sobre a saúde mental dos filhos ao longo da vida.

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Por que adolescentes se autolesionam?

Photo by Greta Schölderle Møller via Unsplash. Used with permission.

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By Tiago Zortea

Pesquisadores de Glasgow e Oxford (UK) publicaram um artigo importante no periódico “Crisis: The Journal of Crisis Intervention and Suicide Prevention” em fevereiro de 2016. Para responder a pergunta acima (que leva o título do manuscrito), os pesquisadores avaliaram adolescentes de 14-16 anos em escolas públicas. Dentre os vários motivos relacionados ao comportamento de autolesão, o principal reportado pelos adolescentes foi “para obter alívio de sentimentos e pensamentos terríveis”. O segundo principal motivo foi “para morrer”, seguido de “para punir a mim mesmo”. O estudo também demonstrou que os adolescentes que responderam que o principal motivo de seus comportamentos autolesivos era “para obter alívio de sentimentos e pensamentos terríveis” apresentaram 17 vezes mais chances de se autolesionarem (numa mesma availação 6 meses depois).

Os pesquisadores afirmam que os dados dão suporte à noção de que, para a grande maioria dos adolescentes, autolesão “não é um ato manipulativo”, mas produto de um contexto de sofrimento terrível junto a outros fatores sociais e psicológicos.

Uma das recomendações e desafios mencionados pelos pesquisadores é encorajar adolescentes a buscarem por ajuda o mais cedo possível, e tentar investigar se o padrão do comportamento de buscar ajuda varia como função dos motivos de se autolesionar. Os autores também enfatizam que o desenvolvimento de habilidades de regulação emocional e métodos mais efetivos de lidar com situações estressoras e habilidades de comunicação são alternativas altamente recomendadas para clínicos e cuidadores.

Confira o artigo aqui: http://econtent.hogrefe.com/doi/pdf/10.1027/0227-5910/a000369

*Se você não está se sentindo bem e necessita conversar com alguém, entre em contato agora com o CVV-Centro de Valorização da Vida pelo telefone 141 (ligação gratuita de qualquer parte do país).