Desigualdades sociais, mobilidade econômica e suas relações com autolesão e violência criminal

By Tiago Zortea.

Foi publicado no início deste mês (01 de outubro de 2018) um estudo caso-controle de nível populacional importantíssimo no The Lancet Public Health. O estudo traz evidências fortes quanto ao impacto das desigualdades socioeconômicas das famílias sobre a saúde mental dos filhos ao longo da vida.

A pesquisa encontrou que quanto mais tempo uma criança vive em circunstâncias mais pobres, maiores são os riscos subsequentes de autolesão e criminalidade violenta na adolescência e idade adulta. Inversamente, quanto mais tempo uma criança vive em circunstâncias seguras e abastadas, menores são os riscos de engajamento futuro em comportamentos de autolesão e criminalidade (veja os gráficos abaixo).

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Em comparação com indivíduos que nasceram e permaneceram nas famílias mais abastadas, todas as outras trajetórias de renda foram associadas a riscos elevados para ambos autolesão e criminalidade. Aqueles que foram expostos a maiores índices de desigualdade socioeconômica apresentaram os maiores riscos de autolesão e criminalidade. Essas associações permaneceram significativamente relacionadas independente da idade dos pais, número de irmãos, diagnóstico psiquiátrico dos pais, e nível educacional dos mesmos.
Além disso, o estudo também encontrou que, quanto mais ascendente a mobilidade socioeconômica da família, maior a redução do risco de os filhos se engajarem em autolesão e criminalidade.
Os autores concluem o seguinte:
“Enfrentar as causas das desigualdades e seus desafios psicossociais e socioculturais para possibilitar a mobilidade socioeconômica ascendente poderia reduzir os riscos de autolesão e violência criminal.”

Photo by Nischal Masand on Unsplash.

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